Ejaculação precoce
A ejaculação precoce é um dos problemas sexuais mais comuns do
homem, mais até do que a disfunção eréctil. Pode afectar a homens de qualquer
idade e 1 em cada 4 homens sabe o que é não ter controle sobre a ejaculação.
Segundo investigações publicadas, cerca de 30% dos homens por todo o mundo
sofrem os efeitos da ejaculação precoce e, apesar disso, este é ainda um tema
tabu na nossa cultura.
A ejaculação precoce define-se como ejaculação persistente ou
repetida com um estímulo sexual mínimo antes, durante ou pouco depois da
penetração; ou antes que a pessoa o deseje, causando apuros e vergonhas a uma ou
a ambas as pessoas, de modo que pode afectar as relações sexuais e o bem-estar
global do casal.
«A ejaculação precoce é um estado médico frequente e definido
que pode afectar seriamente a qualidade da vida, o bem-estar físico e emocional
dos casais», comenta James H. Barada, urologista no Centro de Saúde Sexual
Masculina em Nova Iorque. Diz ainda: «a grande maioria dos homens não se sente
confortável a falar deste assunto, tanto com os cônjuges como com os médicos».
A Sociedade de Medicina Sexual da América do Norte (SMSNA)
considera que se o estado ajudasse a aumentar a discussão pública sobre a
ejaculação precoce se reduziria o estigma associado a esta. Um grupo de trabalho
empreendeu uma revisão da investigação recente e de um estudo representativo da
investigação e concluiu que o termo ejaculação precoce era reconhecido
universalmente e entendido exactamente pelos homens sofrendo de tal manifestação
clínica e pelos seus cônjuges. Concluíram, também, que mudar a designação
clínica podia ter o efeito contrário, o que poderia levar a confusões e à
necessidade de uma reeducação global. Na investigação que incluía 61
profissionais de saúde, 75 homens que padeciam ejaculação precoce e 48 casais,
outros termos que também foram utilizados de vez em quando pelos médicos para
descrever esse estado, como «ejaculação rápida», não eram entendidos pelos
participantes no estudo.
Da investigação destacam-se os resultados que dizem que o
estigma está associado ao estado e não à designação clínica. O grupo de trabalho
científico SMSNA recomenda o uso continuado do termo de ejaculação precoce para
descrever o estado e, na tentativa de reduzir o estigma ao mínimo, convidaram
profissionais médicos para animar o diálogo sobre a saúde sexual e as causas
médicas da ejaculação precoce.
Os investigadores também se questionaram por que é que a
ejaculação precoce era tão mal considerada tendo em conta que é uma patologia
bastante conhecida.
A investigação adicional divulgada por Andrew R. McCullough, da
Faculdade de Medicina da Universidade de Nova Cork, sugere que uma das razões
possa ser o amplo impacto que a ejaculação precoce tem em muitos aspectos da
vida do homem, deixando-lhe sensações de vergonha e de insuficiência. A análise
do Dr. McCullough demonstra que os homens com falta de controle sobre a
ejaculação tendem a sentirem-se menos satisfeitos com o acto sexual e com a sua
relação sexual e que também podem sentir mais dificuldades pelo estado de
ansiedade sexual e de excitação quando comparados com quem não tem esse
problema.
Na investigação, os homens classificados com provável
ejaculação precoce declararam uma falta de controle sobre a ejaculação (50%),
satisfação reduzida no acto sexual (23%), pouco interesse no acto sexual (28%)
dificuldade em se excitar (34%) e dificuldade em se descontrair durante a cópula
(31%). Estes resultados mostram bem o impacto negativo da ejaculação precoce na
qualidade de vida, desempenho sexual e desfrute do sexo.

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